Acesso à água na cidade de São Paulo: Pela garantia dos serviços emergenciais e por uma política pública permanente!

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O acesso a água e higiene são algumas das lutas da população em situação de rua há décadas. Tais demandas, intensificadas pela pandemia, estão sob ameaça de ficarem ainda piores. Na segunda-feira, dia 9, foi divulgado pela prefeitura da cidade de São Paulo que duas unidades da ação Vidas no Centro poderão ser fechadas no dia 16 de agosto.

Essa iniciativa, realizada em conjunto com a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Turismo, e as secretarias de Assistência e Desenvolvimento Social (SMADS) e de Direitos Humanos e Cidadania, começou no início de 2020, por conta da pandemia e hoje atende diariamente 4 mil pessoas. Nas estruturas, montadas em regiões-chave do centro do município, é possível tomar banho, utilizar pia, banheiro, bebedouro e lavar roupas. Com a previsão de fechamento de duas importantes estações, na Praça da Sé e no Largo do Paissandu, o número de atendimentos sofrerá uma impactante queda.

Nos ajude a pressionar a poder público pelo não fechamento da Ação Vidas no Centro!

A pandemia não acabou!

As duas unidades estão sob ameaça de serem descontinuadas, sem que já exista um espaço pronto e de caráter permanente para o fornecimento dos mesmos serviços, extremamente importantes para essa população.

No final de julho, o Centro de Convivência É de Lei, em parceria com o Fórum Aberto Mundaréu da Luz e o Coletivo Paulestinos, lançou as “Cartografias do Acesso à Água”, um levantamento dos banheiros, lavanderias e pias públicas em atividade no centro da cidade de São Paulo.

Na pesquisa, foram levantados apenas 20 banheiros públicos em funcionamento no Centro, o que, considerando o número de pessoas em situação de rua na região central da cidade, foi possível calcular que para cada banheiro público existente, há pelo menos 513 pessoas.

Esse número, já bastante insuficiente, pode aumentar ainda mais com a ameaça de fechamento da ação “Vidas no Centro”.

A luta pela garantia de direitos da população vulnerabilizada também é antiga. No fim de semana, as ações de distribuição de comida realizadas pelo Padre Júlio Lancelotti, que assim como o É de Lei, atua há muitos anos na região da Cracolândia, foi alvo de repressão policial e ataques nas redes sociais.

Nós, enquanto sociedade civil organizada e pessoas físicas que lutam pelo direito à alimentação, à água e ao acesso digno à higiene, principalmente num momento de crise sanitária, exigimos que os equipamentos não sejam fechados enquanto não houver uma alternativa imediata, permanente e sustentável.

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