Guia para redutores e redutoras de danos para o uso mais seguro de drogas durante o surto de COVID-19

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Esta é uma tradução com adaptações para o contexto brasileiro de parte do guia publicado pela National Harm Reduction Coalition.
Ressaltamos que algumas das informações deste guia, lançado no momento de pico da pandemia, pode conter informações desatualizadas no que diz respeito às recomendações para prevenção da OMS.
Tradução por Janaina Rubio Gonçalves

Guia para redutores e redutoras de danos para o uso mais seguro de drogas durante o surto de COVID-19

Dicas para redutores de danos com base na comunidade

Priorizem e preparem seu pessoal

  • PRIORIZEM A SEGURANÇA DA EQUIPE E DOS PARTICIPANTES. Forneçam uma ampla variedade de materiais para que os participantes estejam preparados sempre que possível. Enviem funcionários doentes para suas casas (incluindo vocês!) e estejam ciente do trabalho que os colegas fazem. Forneçam acesso a vacinas para evitar que o sistema imunológico seja comprometido – considerem as vacinas contra influenza ou gripe, hepatite A e hepatite B – e colaborem com a farmácia local ou o centro de saúde de sua área. Incentivem e promovam a lavagem das mãos e o uso de gel anti-séptico e tussam/espirrem em lenços descartáveis ou em cotovelos. Considerem limitar o acesso ao programa para visitantes que não sejam essenciais.

  • LIMPEM AS SUPERFÍCIES. Limpem as superfícies regularmente com as quais as pessoas normalmente entram em contato em todos os espaços onde os serviços são prestados antes, durante e depois dos serviços. Limpe com desinfetantes domésticos, água sanitária e outros microbicidas.

  • OFEREÇAM MATERIAIS ADICIONAIS. Se possível, ofereçam materiais adicionais e abundantes aos participantes em caso de interrupção dos serviços, incluindo seringas e outros insumos de redução de danos para fumar, inalar e injetar drogas de forma mais segura. Façam um inventário de seus materiais e conversem com toda a equipe sobre o máximo de cada item. Se vocês ainda não estão entregando insumos de redução de danos para fumar e inalar drogas com mais segurança, tomem providências para começar a fazê-lo. Sempre que possível, aumentem a quantidade de luvas de látex, máscaras de proteção e gel anti-séptico para distribuir aos participantes, incluindo instruções sobre como e quando usá-los. Lembrem a sua equipe de abastecer os participantes com muitos kits de naloxona que incluem máscaras respiratórias. Falem sobre as dificuldades que têm em distribuir materiais.

    Planejem com antecedência

  • AVALIEM SEUS SERVIÇOS ESSENCIAIS. Quais serviços são essenciais e precisam continuar, mesmo que as operações sejam reduzidas? Quais atividades podem ser adiadas ou canceladas (incluindo grupos)? Quando esses serviços são prestados, como eles são prestados e quem os presta? Um pouco de flexibilidade criativa se poderia incorporar?

  • AVALIEM/FAÇAM UM PLANO DE COMUNICAÇÃO. Façam um plano de comunicação e o revisem para comunicar informações à equipe e aos participantes durante as próximas e contínuas interrupções do serviço. Considerem e planejem com antecedência para superar obstáculos – como idioma, cultura, tecnologia e diversidade funcional – com o objetivo de alcançar as pessoas que vocês atendem com informações oportunas e corretas sobre interrupções de serviço, como por exemplo redes sociais, e-mails, boca a boca, textos etc. Certifiquem-se de que toda a equipe e todos os voluntários entendam o plano de comunicação e suas funções.

  • MANTENHAM-SE INFORMADOS E CONECTADOS. Monitorem o site dos centros de saúde locais e do estado e o site sobre COVID-19 do Ministério da Saúde para obter as informações mais atualizadas. Entrem em contato e cooperem com os centros de saúde locais se houver suspeita de um caso de exposição.

  • PLANEJAM-SE PARA AUSÊNCIA DE FUNCIONÁRIOS. No ponto mais alto do surto, prevejam ausências entre 10 a 20% da equipe. Preparem-se para ausências por meio de treinamento da equipe e planejamento das operações esqueleto (as operações mais básicas). Permitam uma assistência flexível no trabalho e dias por doença sempre que for possível. Guardem um registro de faltas relacionadas à influenza ou gripe. Usem a tecnologia de telefone, vídeo e aplicativos para substituir as reuniões pessoais. Avaliem e/ou criem programas/serviços e planos de contingência organizacional que incluem a equipe. Certifiquem se toda a equipe têm acesso e compreendem os planos organizacionais de contingência.

  • MANTENHAM UMA CONTINUIDADE NOS MEDICAMENTOS. O acesso a medicamentos prescritos pode ser limitado em um surto de COVID-19. Certifiquem-se de que os profissionais de saúde que atendem os participantes tenham planos de emergência, bem como processos e procedimentos claros para que os pacientes recebam estoques e doses adicionais de seus medicamentos psiquiátricos e medicamentos para HIV, hepatite C e outras condições crônicas. Certifiquem-se de que os fornecedores de metadona e buprenorfina tenham planos de emergência para preservar a continuidade do tratamento de maneira simples e barata e inclua doses adicionais para os participantes levarem com eles. Considerem prescrições de um mês para a buprenorfina, com possibilidades de solicitar estoques de medicamentos por tele medicina ou por telefone, conforme necessário.

  • LUTEM CONTRA O RACISMO. Houve relatos de racismo e discriminação contra chineses ou asiáticos que incluem evitar americanos asiáticos, como um derivado do surto de COVID-19. Os primeiros casos conhecidos de COVID-19 foram relatados na China e a carga mais forte ainda está lá. É de extrema importância que lutemos contra esse racismo e estigma, simultaneamente vagos e agressivos, em nossas comunidades. Há uma longa história nos Estados Unidos de focar e demonizar populações específicas, incluindo chineses e chineses-americanos.

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