Para a galera do É de Lei, a Semana da Luta Antimanicomial começou no sábado, dia 14, com a Marcha da Maconha. O pessoal chegou em peso para protestar contra a Guerra às Drogas, que falha na proteção da sociedade, mas tem “êxito” na opressão e no assassinato dos negros e pessoas em vulnerabilidade social, a parcela mais prejudicada.
A maconha é apenas o elo mais evidente e absurdo desta política repressiva. Trata-se da droga ilícita mais consumida no Brasil e no mundo, uma substância com uso terapêutico e religioso milenar, definitivamente mais segura do que o álcool ou tabaco, por exemplo. Deste modo, fica evidente que os fatores que justificam a manutenção da proibição da erva não são da ordem da saúde, mas envolvem aspectos políticos, econômicos e sociais discriminatórios.
Queremos tirar do âmbito criminal tanto os usuários como os comerciantes da planta, apoiando medidas de regulamentação! E além de mudanças nas leis, queremos abrir a cabeça das pessoas que ainda julgam e discriminam não apenas a erva e seus adeptos, mas tod@s usuári@s de substâncias ilícitas! A discussão sobre esta substância tem, assim, caráter simbólico e deve fomentar a necessidade urgente de repensar toda a lógica proibicionista da Guerra às Drogas aos Pobres, propondo um debate amplo, aberto e embasado sobre todas as substâncias e seus inúmeros usos. Neste contexto, sem medo de ser feliz, engrossamos o coro puxado pelo Carlão – convivente do É de Lei e militante, gritando para quem puder ouvir:
“Sou maconheiro, eu sou legal! Eu sou da luta antimanicomial!
Sou maconheiro, eu tô legal! Eu sou da luta antimanicomial!”
2º ATO:
E esse coro ressoou alto também na 4ª feira (18/05) saindo do mesmo MASP, no Dia da Luta Antimanicomial. Nem a garoa fria espantou militantes, trabalhadores e usuários dos serviços de saúde mental que se reuniram para protestar contra os recentes retrocessos na área e lembrar o dia histórico de luta. Mesmo com a vitória parcial que tivemos, com a queda do Valencius Wurch da coordenação nacional de saúde mental, o momento exigia mais luta do que comemoração. Mostramos que estamos atentos contra quaisquer retrocessos que tentem se impor nestes tempos de ameaças à democracia, aos direitos humanos e às liberdades!