Por Gabriela Moncau
O auditório da Defensoria Pública de SP estava cheio na manhã do último dia 5 de agosto. Até caixa de som teve de ser colocada do lado de fora, pra dar conta de todos os presentes: a audiência pública reuniu a população em situação de rua do centro da cidade, trabalhadores, representantes da prefeitura, movimentos sociais, Pastoral de Povo de Rua e outros interessados para debater a qualidade das políticas públicas voltadas para essa população.
Para Rafael Lessa, coordenador do Núcleo de Cidadania e Direitos Humanos da Defensoria Pública, “a população em situação de rua, na maioria das vezes, faz queixas dos problemas que sofrem mas de forma individual. A demanda merece ser observada de maneira coletiva”.
Entre as principais denúncias feitas durante o evento, estavam as de repressão por parte da Guarda Civil Metropolitana, que além das agressões físicas, estão tomando os pertences das pessoas em situação de rua, e derrubando seus barracos. “O povo de rua da Radial, da Mooca até o Belém, mais uma vez deixou claro que a parada é moradia e que caso os barracos e ocupações autônomas forem retirados, a resistência se fará sentir”, relatou o Coletivo Autônomo dos Trabalhadores Sociais (Catso).
Frente a falta de propostas concretas por parte da representante da secretaria de Habitação, e a conhecida burocracia sendo usada como justificativa para a falta de soluções (quem não se lembra da famosa personagem de quadrinhos Mafalda, que batizou sua tartaruguinha de Burocracia?), o auditório se encheu de vaias.
O Núcleo de Cidadania e Direitos Humanos da Defensoria Pública se comprometeu a sistematizar e levar todas as demandas apresentadas para a Prefeitura de São Paulo.