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“Não é só a legalização da maconha: é uma reforma da política pública de drogas”, afirma assessora do Uruguai

26/11/2015

Raquel Peyarube, assessora da política de drogas do governo uruguaio, dá entrevista exclusiva ao É de Lei

Entrevista feita por André Contrucci e Bruno Rico

Texto e edição por Gabriela Moncau

A legalização da maconha no Uruguai não significa apenas o feito inédito de um país regulamentar e estatizar a produção, a distribuição e o consumo da erva. Para a médica Raquel Peyarube, assessora da Secretaria Nacional de Drogas do Uruguai, se trata de “uma verdadeira reforma da política pública de drogas”, porque implica também “o governo assumir a responsabilidade de atender, por meio da redução de danos, uma parte da população que esteve negligentemente ignorada”, defende.

Nosso vizinho latino-americano tem de pequeno o que carrega de ousadia nas políticas progressistas aprovadas nos últimos tempos. Com apenas 3,3 milhões de habitantes (equivalente a um sexto da região metropolitana de São Paulo), o Uruguai legalizou o matrimônio igualitário, o aborto e a maconha. Do final de 2013 para cá, duas das três formas legais de conseguir a planta foram implementadas: o cultivo caseiro, limitado a seis pés por pessoa registrada, e os clubes canábicos, produção coletiva de até 99 pés, com até 45 sócios maiores de idade que podem receber no máximo 40 gramas por mês.

A principal forma de acesso à maconha, que vai ser a compra nas farmácias por um preço de cerca de R$4 por grama, ainda não está em vigor. O presidente Tabaré Vázquez, que sucedeu Mujica em 2015, adiou a implementação por prazo indeterminado. Até agora duas empresas foram selecionadas por licitação para começar o cultivo em larga escala em terrenos do Estado e espera-se que em 2016 suas flores cheguem aos 160 mil residentes que o governo calcula como consumidores frequentes de cannabis. A semente é uruguaia, da “cannabis charrúa”, de acordo com Milton Romani, da Junta Nacional de Drogas.

Apesar de estar cedo para fazer avaliações numéricas da política que ainda está sendo colocada em prática, de acordo com o Sexto Levantamento Nacional sobre o Consumo de Maconha no Uruguai, desde que a lei foi aprovada não houve aumento significativo no uso da planta. Nos últimos 12 meses 9,3% da população usou maconha, em comparação a 8,3% em 2011. Foi o menor aumento contabilizado em 14 anos.

Em visita ao Brasil Raquel Peyarube, toxicóloga especialista no uso problemático de drogas, conversou com o É de Lei a respeito dos acertos e dificuldades do processo de implementação da legalização da maconha em seu país, do retrocesso da política de drogas nos governos “de esquerda” do resto da América Latina, sobre como vê a questão das drogas no Brasil, entre outros assuntos. Confira a entrevista: 


                 


Como foi a aprovação da legalização da maconha no Uruguai?